Quando somos jovens: fazem-nos elogios gratuitamente. Quando somos mais velhos todos os elogios nos sabem bem, mesmo aqueles pelos quais temos de pagar. E quando somos mais velhos temos dinheiro para pagar esses elogios; o que não nos importa, as relações dos mais velhos não passam de interesses.
Em minha casa as pessoas não se riem. Quando está sol: vão para a cama, em vez de irem para a praia. Ou ficam sentadas no sofá em frente à televisão.
Um dia o meu pai acordou-me, a meio da manhã, para me dizer que estava um homem lá em casa para me perguntar se eu queria ir para Angola; mal abri os olhos, e respondi-lhe que sim. Cerca de duas horas depois, quando acordei: o meu pai estava muito triste: perguntei-lhe: “Pai, porque estás tão triste?” Ele respondeu: “Porque vais para Angola.”
Acabei por ir para Angola...
Quando cheguei ao aeroporto de Luanda: perguntei à hospedeira a que horas era o próximo avião para Lisboa. Eu gostava muito de Lisboa, Lisboa era a minha vida, tinha muitos amigos...
Achei aquela terra vermelha muito estranha; e as pessoas muito escuras, mesmo as brancas. Era um tom amarelado, ictérico; não é igual ao bronzeado das nossas praias.
Resisti ao casamento até aos vinte e nove anos. A ideia de me casar angustiava-me: perder um cem número de oportunidades. Um dia conheci a minha mulher, ela era muito bonita: fui a uma festa de amigos... e disse: “Aquela vai ser a minha mulher E assim foi: namoramos três meses, e casamos. Ela era muito bonita. Eu era jornalista, trabalhava no ministério público; dizia-se que eu andava com uma sueca. Era muito bonita: muito loira, cabelo quase branco; e olhos muito azuis. Era muito bonita.
Um dia o governador chamou-me ao seu gabinete e disse: “Se volta a escrever outro artigo destes, mando-o de volta para Lisboa.” Pensei: “Vou, já, escrever três ou quatro, e já agora: mande também a minha mulher e o meu filho.” O mais velho já tinha nascido.
E assim foi... Meteu-se o 25 de Abril... E voltei para Portugal.
Em minha casa estam sempre todos doentes:
- A minha filha: “Será que eu já tomei este, alguma vez?”
- Eu: “Não, não tomaste.”
- Ela: “E se eu tomar mais do que um, por engano, preciso ir ao hospital, fazer uma lavagem ao estômago?”
- Eu: “Ah!”
Mas a vida também tem coisas boas: fumar e whisky. Cuba livre também é bom.
Hoje: não estou com disposição para piadas estúpidas.
As pessoas que fumam morrem prematuramente com cancro e doenças cardiovasculares. Hoje deixei de fumar.
Existem pessoas muito estúpidas, tão estúpidas que só elas não percebem que são estúpidas.
Em minha casa as pessoas não se riem. Quando está sol: vão para a cama, em vez de irem para a praia. Ou ficam sentadas no sofá em frente à televisão.
Um dia o meu pai acordou-me, a meio da manhã, para me dizer que estava um homem lá em casa para me perguntar se eu queria ir para Angola; mal abri os olhos, e respondi-lhe que sim. Cerca de duas horas depois, quando acordei: o meu pai estava muito triste: perguntei-lhe: “Pai, porque estás tão triste?” Ele respondeu: “Porque vais para Angola.”
Acabei por ir para Angola...
Quando cheguei ao aeroporto de Luanda: perguntei à hospedeira a que horas era o próximo avião para Lisboa. Eu gostava muito de Lisboa, Lisboa era a minha vida, tinha muitos amigos...
Achei aquela terra vermelha muito estranha; e as pessoas muito escuras, mesmo as brancas. Era um tom amarelado, ictérico; não é igual ao bronzeado das nossas praias.
Resisti ao casamento até aos vinte e nove anos. A ideia de me casar angustiava-me: perder um cem número de oportunidades. Um dia conheci a minha mulher, ela era muito bonita: fui a uma festa de amigos... e disse: “Aquela vai ser a minha mulher E assim foi: namoramos três meses, e casamos. Ela era muito bonita. Eu era jornalista, trabalhava no ministério público; dizia-se que eu andava com uma sueca. Era muito bonita: muito loira, cabelo quase branco; e olhos muito azuis. Era muito bonita.
Um dia o governador chamou-me ao seu gabinete e disse: “Se volta a escrever outro artigo destes, mando-o de volta para Lisboa.” Pensei: “Vou, já, escrever três ou quatro, e já agora: mande também a minha mulher e o meu filho.” O mais velho já tinha nascido.
E assim foi... Meteu-se o 25 de Abril... E voltei para Portugal.
Em minha casa estam sempre todos doentes:
- A minha filha: “Será que eu já tomei este, alguma vez?”
- Eu: “Não, não tomaste.”
- Ela: “E se eu tomar mais do que um, por engano, preciso ir ao hospital, fazer uma lavagem ao estômago?”
- Eu: “Ah!”
Mas a vida também tem coisas boas: fumar e whisky. Cuba livre também é bom.
Hoje: não estou com disposição para piadas estúpidas.
As pessoas que fumam morrem prematuramente com cancro e doenças cardiovasculares. Hoje deixei de fumar.
Existem pessoas muito estúpidas, tão estúpidas que só elas não percebem que são estúpidas.
2 comentários:
Não gosto de ti pelo que escreves, ainda assim este (...) texto é muito loiro quase branco e tem uns olhos muito azuis.
ah, o comentário dele é do melhor...
espera, deixa-me rir...
"não gosto de ti pelo que escreves"
lol lol lol
ai...
bem, olha lá, tens de ir a Moçambique, porque não é nada como Angola, esse estranho e violento deserto. Moçambique parece o paraíso. É mto verde. É mesmo mto bonito.
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