K Y L E R I S M

K  Y  L  E  R  I  S  M
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quarta-feira, novembro 30

O nome que consta em todos os meus documentos não é meu. Estou a viver uma vida que não é minha. Nem sequer sou gémeo. Fui criado pelos meus tios que viviam do tráfego de armas.
Hoje conheci uma mulher que também vive uma vida que não é dela. Saiu de casa aos dezasseis anos. Um dia foi contratada para mijar para cima de um homem, enquanto este fazia sexo com uma puta. Bebeu dois litros de água antes de sair de casa, não lhe fosse faltar a vontade no momento desejado e lá se ia o contrato.
Conhecia no aeroporto, tinha acabado de perder o voo para Praga por cinco minutos. Conhecia no cubículo reservado aos fumadores. Estava a falar ao telemóvel quando ficou sem bateria, sorriu para mim e pediu o meu emprestado.
Convidei-a para beber café. Chamou-me a atenção para a senhora da mesa do lado que roçava os joelhos nas pernas do empregado, sempre que este ia à sua mesa. Disse-me que antes pedia lume, agora pede o telemóvel emprestado…
Agora um personagem para utilizar uma arma: um homem que não sabia o que queria, o que necessitava e o que conseguia, apontou a arma à boca e disparou.
Jurou estar completamente maluca e precisar de ajuda.

sexta-feira, novembro 25


Deverá um acordeão ser tocado por uma mulher? E por uma mulher gorda? E por uma mulher vestida de vermelho? E como fazem os intelectualoides a corte?

quinta-feira, novembro 24

nicotina


o amor é quando tínhamos vinte e fomos viver juntos; não tínhamos máquina de lavar, lavávamos a roupa no tanque – lembraste? Dava-me prazer esfregar a nicotina das tuas cuecas; agora, passada uma década, continuo a gostar de ti e de tudo o que trazes contigo, até a nicotina.

sábado, novembro 12

cá em casa já ninguem acredita no pai natal, este ano quem vai entregar os presentes é a bruxa lili

sábado, novembro 5

deixar de fumar


agora ia comer compulsivamente, se tivesse deixado de fumar; mas não deixei; quase deixei, só fumei o primeiro depois de tomar banho e de ter tomado o pequeno almoço, ou como diz aminha mãe depois de ter matabichado

sexta-feira, novembro 4


A minha tia Adelaide quer morrer de pé.
Andava, obstinadamente, aos encontrões às paredes, enquanto lá fora as bombas continuavam a rebentar. O meu avô não a deixava acender a luz e gritava: - vai deitar-te Adelaide! A cidade continuava a bombar, a casa estremecia e ela não parava, dizia: - Nem os coelhos morrem na cama, quero morrer de pé!
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