K Y L E R I S M

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sábado, janeiro 14

As palavras certas

Estou beijar-te. O pescoço. Vem à casa de banho comigo! Vira-te para a parede, para eu mijar! Estou a olhar para ti, estás a limpar a cona.
Eu trabalho muito. O meu mundo e eu somos muito grandes. Tão grandes que eu estou perdido a maior parte das vezes. Quando encontro o caminho... Por vezes… Não sei para onde vou e deixo de ser eu.
Também tenho a minha vida, que me absorve quase e sempre por completo. Sou muito triste, mas não sei. Sofro muito, desde sempre, mas não sei. Fico sempre a rir nas fotografias. Estou sempre a rir. Visto-me sempre de preto. Estou de luto. Acho que também estou de luto. Sou um náufrago. O Adamo é loiro e tem os olhos azuis, casou ontem com uma indígena da ilha.
É um riacho baixinho e transparente. São pedras espalhadas por vários ramos. É um corpo morto, já há muito tempo, à espera que chegue alguém.
É o último unicórnio. Está triste e bebe vinho para se transformar. Toca uma música muito triste numa gaita-de-beiços. Na primeira noite de lua cheia transforma-se, num monstro. Fica aterrador. Ouve-se o último êxito dos Duram – Duram e ele ataca a primeira vítima que lhe aparece pela frente.
Dentro do barco eles continuam a beber, enquanto na aldeia as raparigas dançam. Eu passo à beira do rio. Fico com tesão. E sou atacado por um tigre, que é a única coisa bonita desta merda toda – talvez à excepção da mota, dos olhos dela e do tesão.

1 comentário:

Isabela Figueiredo disse...

Os teus sonhos são impressionantes. Impressionam mesmo, no sentido mais verdadeiro. E são muito premonitórios ao mesmo tempo. Pelo menos é o que sinto quando leio os teus textos que parecem saídos de sonhos. Que têm essa estrutura.
Um forma que tinhas de escrever, e é boa, é continuar a escrever sobre eles.

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