K Y L E R I S M

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domingo, janeiro 8

6.ª feira – 13


Estou farto de viver na escuridão.
Sempre vivi na escuridão, sonhava um dia sair... não sonhava com o dia em que ia sair; sonhava, apenas, que um dia ia sair... acreditava que um dia ia, conseguir, encontrar a porta de saída; e deixar de habitar os corredores do complexo labirinto. Acreditava conseguir abandona-la; deixando-a, por sua conta, sozinha e perdida neste mundo cruel.
Obscuridade... estou farto!
Este sonho, surgia em dias de desespero: quando ela me estrangulava, e me esmagava contra as suas próprias paredes. Primeiro deitava-me ácido em cima; e depois deglutia-me, quando eu já estava todo derretido. Eu sentia-me: invadido; violado; e absorvido, então sonhava. Acho que eu tinha um carinho especial por ela, talvez a amasse, por isso é que nunca sonhei com paixão suficiente. Ou então: ela tinha uma capacidade qualquer, ou uma formula mágica, para me encantar. Na realidade não passava de um sonho, nunca lhe senti a realidade. Mas nunca deixei de sonhar. Afinal de contas: todos nós passamos; e permanecemos durante um, pequeno, período de tempo pela escuridão. Mas o meu período não era pequeno, antes pelo contrário; e a escuridão que eu atravessei, ou atravesso, não tinha um único fotão de luz. Era uma escuridão rechiada, e coberta de merda. Não tinha Cheiro; mas ao contrário do que se possa pensar, não era seca. A capacidade que a escuridão tinha para me encantar, era-lhe conferida pelo facto da cobertura, e recheio não terem cheiro. Facto que descobri tarde demais, quando lhe prestei atenção, já me tinha chegado aos ossos. Descobri que me estava a transformar em merda, merda sem cheiro. Tornei-me, então, na sua propriedade milagrosa. Agora vivemos felizes: não sei se posso dizer felizes, não tenho a certeza se a amo; tenho, apenas, a certeza que já estou conformado: para nós não há divórcio possível; é com ela que vou viver, e partilhar, os meus últimos dias.
Fiz várias tentativas para sair desta merda, tipo desintoxicação de narcótico: despia-me, completamente; e esfregava-me todo, até desencostar todos os pedaços de merda. Quando pensava estar completamente limpo ficava feliz, mas não era iluminado; cada cm 2 da minha pele procurava a luz, de olhos arregalados. Era, então, que eu descobria um pedaço,enorme, de merda colado ao meu corpo, nu. Daquela merda húmida e pegajosa; que me traia, por não ter cheiro. A escuridão, ainda mais densa, despencava-me em cima dos cornos como uma bigorna.

1 comentário:

dmns disse...

Tive que re-iniciar o sistema.

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