K Y L E R I S M

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segunda-feira, maio 16

Verão em Italia

(...) de olhos negros e cabelo lambido. A mãe, apesar da idade avançada, continuava a prostituir-se; para poder pagar as mensalidades.... Escorriam-lhe lagrimas pelo rosto amarrutado... Enquanto homes gordos, cobertos por uma espessa pelicula de gordura derretida pelo sol, lhe apalpavam as mamas adiposas. Na assoalhada ao lado ele comia... A única coisa que o incomodava era o bafo quente, que preenchia a casa.
Subo uma velha escada. A madeira range. Atravesso um corredor de paredes descacadas e sem luz. Agarro a maçaneta dourada e empurro a porta verde. Entro no quarto e dispo-me em silêncio; enquanto olho o corpo semi-nú, deitado na cama de barriga para baixo, com a cabeça caida. Completamente nú aproximo-me, ajoelho-me, debruço-me sobre ela, afasto-lhe o cabelo com os lábios e dou-lhe um beijo sem paixão. Ela continua como morta, não emite um único som. Escorrem-lhe duas lágrimas, que contrariando a gravidade, dirigem-se do olho esquerdo para o lábio inferior.
No confissionário alugado, tento dormir, não consigo. Levanto-me ainda nú e bebo uma cerveja. Penso na juventude... Sinto as rugas do meu rosto, e penso como é dificil envelhecer.

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