Dentro do avião; ouço lá fora a canção da chuva-negra, o vento sopra como se fosse o fim do mundo, e está um frio de morrer. Estou velho, sinto dor; e sei, que a dor, me vai perseguir até ao fim-do-mundo. Estou gelado como um morto. Durante um segundo tu sorris, e fazes sentir-me o top – como o top, e é apenas a tua maneira de sorrir.
Ao olhar para esta fotografia, quase acredito estar a olhar para ti, quase sinto o teu cheiro, e sonho... És a estrela maior e a mais brilhante, mas também a mais selvagem. Lembro-me do dia em que foste desenhada. És mais pura, que as asas brancas de um anjo; és tão delicada. Lembro-me de ti a correr, silenciosa, através da noite. Lembro-me de ti, silenciosamente, parada à chuva. Corri para junto de ti, abraçamo-nos, e senti o teu coração... perto do meu. Beijamo-nos até o céu sentir como estávamos próximos. Depois gritaste para o céu, ouvi o teu grito; e senti o medo a correr-te nas veias e a insuflar-te o pulmão. Lembro-me de te abraçar pela última vez: choravas pela morte do teu coração. Poderia ter sido salvo se eu tivesse escolhido as palavras certas; no entanto, eu nunca toquei o teu coração. Estás perdida, para sempre, no gelo das trevas. Sentir-te mergulhada profundamente no meu coração foi sempre o que eu mais quis, neste mundo. Finalmente, reuniste toda a tua força e coragem e partiste. Quando acordo, abro os olhos, delicadamente, e nunca te vejo. Resta a apenas a tua fotografia. Quando olho para tua fotografia penso nas palavras certas.
Independentemente do tempo que resta; eu corro, estou perdido, não consigo dormir – mato o tempo com ganância, estou sempre à espera do regresso da verdadeira realidade, ou algo mais, estar apaixonado e sentir apenas amor no meu coração. Sempre que estou sozinho contigo; tu fazes sentir-me, novamente: em casa; inteiro; jovem; são; livre; e puro. Quanto mais tempo fico, mais gosto de ti. Apesar das minhas palavras e do caminho que escolheste, quero amar-te para sempre.