K Y L E R I S M

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segunda-feira, abril 3

Ontem sonhei que caminhava sobre moedas. Caminhava por ruas, de uma cidade antiga, cobertas de moedas.

Hoje voltei a sonhar contigo. Duas vezes. No primeiro sonho estávamos a iniciar uma viagem. Nós os dois e uma amiga tua. Tínhamos acabado de levantar voo, quando olhei pela janela e vi quatro aviões; percebi imediatamente que o acidente era inevitável. O piloto virou o avião de pernas para o ar, fiquei nauseado, e quando reparei já tínhamos aterrado. Aterramos no corcovado de Lisboa. Não existe, mas foi lá que aterramos.
Saímos do avião, poucos, e desfrutamos a vista enquanto a nave explodia. Lamentamos e continuamos…
Quase não me lembro o que se passou a seguir. Tenho ideia que foi um filme de terror. Lembro-me de haver muita água; de uma aranha gigante, que vocês não viram e que eu ignorei. Lembro-me de sermos perseguidos e de sentir as nossas vidas em risco. Talvez te tenha salvo a vida, ou estou a sonhar agora.

Adormeci e continuei a sonhar.

Estávamos algures na América do sul, num pais onde se falava castelhano. Mais uma vez, nós os dois e um grupo de amigos. A maior parte teus. Era tudo muito bonito à nossa volta.
Ainda me lembro menos deste. Quase nada.
Lembro-me de me ter perdido de vocês. Sentia-me completamente perdido. Não dominava a língua e não conhecia o espaço. Já não sei como, mas soube onde estavam. Apanhei um táxi. Era amarelo. O taxista, um homem obeso, falava sozinho, com raiva, em perfeito português, os nomes dos culpados pela existência dos diversos monumentos pelos quais íamos passando. Estava angustiado, sentia-me perdido, mas não conseguia concentrar-me na minha angústia. Era impossível não prestar atenção ao discurso do taxista. Era divertido.
De repente reparo que estam dois miúdos sentados ao meu lado. Um com cerca de cinco anos de idade e o outro talvez dois anos mais velho. Tipicamente latinos. Morenos, cabelo e olhos escuros. Havaianas gastas nos pés e calções colorido e sujos. Comportavam-se como se me tivessem acabado de ver. Falavam e riam-se comigo. Enquanto o taxista continuava guiar, eu tentava explicar-lhes a diferença entre o significado das palavras passarinho e pássaro, em português. Lembro-me que perceberam a diferença quando lhes disse que um pardal é um passarinho e que uma galinha é um pássaro. Eu próprio não fiquei satisfeito com a explicação, mas sentia-me sufocado, e assim eles sossegaram um pouco. Quase sem ar, perguntei ao taxista porque razão iam dois miúdos no meu táxi, se era eu que iria pagar. Então ele parou e os miúdos saíram. Estes contratempos faziam-me esquecer a angústia e lutar…
Estávamos parados junto a uma escarpa de onde se tinha uma vista magnífica sobre o mar azul-escuro. Lindo. E mais uma vez ouvi o nome do culpado. Mais uma vez esqueci a angústia e aproveitei a vista.

2 comentários:

kyler disse...

o sonho continuou, mas não vale a pena continuar. a seguir tudo o que se passou foi desanimo. no entanto foi nesta última parte que aconteceu o melhor. senti gratidão, por um amigo. agora acordado, a gratidão mantém-se presente

Isabela Figueiredo disse...

São bonitos os teus sonhos.

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